Vacinas de acordo com cada perfil

Na preparação de uma viagem, seja doméstica ou internacional, é fundamental avaliar todos os requisitos ligados à saúde para que ela seja segura.

É necessário estar atento à qualidade dos alimentos e à higiene dos locais que os oferecem para evitar diarréias causadas por vírus ou bactérias.

• É preciso também utilizar repelentes adequados para evitar doenças transmitidas por mosquitos e carrapatos, assim como evitar aglomerações e ambientes fechados para diminuir a contagiosidade de doenças respiratórias como influenza e COVID 19.

A VACINAÇÃO DO VIAJANTE visa à proteção contra doenças imunopreveníveis para reduzir o índice de morbimortalidade de doenças ligadas às viagens. Todo turista deve estar em dia com as vacinas de rotina do Calendário Vacinal do seu país e verificar quais vacinas são indicadas no país de destino.

Em 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que estabelece normas de vacinação para todos os países.

O número extraordinariamente alto de viajantes engloba trabalhadores, turistas, imigrantes e refugiados. Antes da pandemia do novo coronavírus, o total de deslocamentos vinha superando o total de 1 bilhão a cada ano.

De um modo geral, a vacinação deve ser iniciada pelo menos de 10 a 15 dias antes da viagem, tempo necessário para gerar resposta imunológica, mas algumas vacinas precisam de reforços com intervalos de 30 a 60 dias. Cuidados especiais devem ser dados aos idosos, gestantes e pessoas imunodeprimidas.

VACINAS DISPONÍVEIS

• FEBRE AMARELA – é transmitida pela picada do mosquito infectado. A vacina induz a formação de anticorpos entre 7 e 10 dias. A imunização é um pré-requisito para a entrada em diversos países de acordo com as Normas Internacionais de Saúde. A comprovação deve ser registrada no Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP).  Os sites abaixo mantêm lista dos países que exigem a vacina:
• AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA -  www.anvisa.gov.br
• CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION -  www.cdc.gov.travel
• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE www.who.int

• HEPATITE B - tem alta prevalência em várias regiões do planeta. Pode ser adquirida por contato com sangue e secreções de portadores, objetos perfurocortantes contaminados, ou sexualmente. A vacina é indicada para todas as idades a partir do nascimento. O esquema vacinal é de 3 doses com intervalos 0 – 1 – 6 meses. Tem o esquema acelerado com 3 doses com intervalo de 0 – 7 – 21 dias que pode ser feito numa situação de emergência. A vacina é disponível isolada ou em combinação com a Hepatite A.

• HEPATITE A – é transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou a contaminação de alimentos pela não higienização das mãos. É prevalente em países com condições sanitárias precárias. As viagens aumentam o risco de transmissão. O esquema vacinal consiste em 2 doses com intervalo de 6 meses entre elas a partir de 1 ano de idade. Pode ser aplicada isoladamente ou combinada com a vacina da hepatite B.

• POLIOMIELITE (PARALISIA INFANTIL) - a maioria da população mundial reside em áreas livres de poliomielite.  No entanto, essa grave patologia persiste em alguns países (Afeganistão, Nigéria e Paquistão). A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) cita o Brasil no grupo de alto risco para a volta da pólio pela queda das coberturas vacinais. A vacina é indicada para todas as crianças nos primeiros 5 anos de vida e adolescentes ou adultos que se deslocam para locais de risco. Existe a vacina da poliomielite via oral (SABIN) e injetável (SALK). Os esquemas vacinais são diferentes para cada faixa etária.

• MENINGITE MENINGOCÓCICA – a infecção pelo meningococo ocorre de forma endêmica em todo mundo. Tem alta mortalidade e pode ocasionar muitas sequelas. O risco é maior para crianças e jovens que frequentam ambientes com aglomerações (escolas, festas, transportes coletivos). Existe uma grande variedade de sorogrupos de meningococos, mas os mais frequentes são ACWY e B. As vacinas contra as meningites meningocócicas são indicadas a partir dos 3 meses de idade e até a idade adulta de acordo com a situação epidemiológica. Existe a vacina meningocócica C, a tipo B e a combinada ACWY e os esquemas variam de acordo com a faixa etária.

• RAIVA HUMANA – é transmitida pela mordida ou arranhadura de animal infectado pelo vírus. A vacinação chamada pré-exposição é indicada para viajantes que se dirigem para áreas endêmicas e profissionais que ficarão expostos a esse risco. A aplicação pós exposição é indicada para todos que sofreram essas agressões.

• INFLUENZA – é uma doença infecciosa aguda potencialmente grave, que pode evoluir para pneumonia, por exemplo. A vacinação é recomendada anualmente para viajantes que se deslocam durante o período de circulação do vírus no país de destino.

• COVID19 – é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV 2. A maioria das pessoas que adoece apresenta sintomas leves a moderados e se recupera sem tratamento especial. No entanto, algumas desenvolvem formas graves que levam à internação ou eventualmente a óbito. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde registra uma queda do número de casos e de óbitos, mas mesmo com o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), é fundamental que as pessoas completem seus esquemas de vacinação e tomem os reforços necessários.

• DIFTERIA / TÉTANO / COQUELUCHE – o tétano é causado pela contaminação de ferimentos por terra, objetos enferrujados etc. A difteria ocorre raramente no Brasil depois da implantação dos esquemas vacinais. A coqueluche está ressurgindo em várias partes do mundo. Essas três importantes patologias podem ser prevenidas com a vacina Tríplice bacteriana. É recomendada a partir dos 2 meses de idade. As crianças recebem 3 doses no primeiro ano de vida e reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 a 6 anos. Os adolescentes devem receber um reforço que deverá ser repetido a cada 10 anos.

• SARAMPO/ CAXUMBA / RUBÉOLA - essas patologias podem ocorrer quando viajantes vulneráveis são infectados em viagens internacionais. A vacina tríplice viral é indicada para pessoas de todas as idades, e a primeira dose deverá ser feita no primeiro ano de vida. É contraindicada para gestantes e imunodeficientes.

• VARICELA (CATAPORA) - é uma doença infecciosa que pode ocasionar surtos significativos. A vacina é aplicada após o primeiro ano de vida, e seu reforço deverá ser feito entre 15 e 24 meses.